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A cantora, escritora e ativista LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) Maria Evangelina Leonel Gandolfo, conhecida pelo seu nome artístico, Vange Leonel, morreu nesta segunda (14) em São Paulo.

Vange, 51, tinha câncer no ovário e estava no hospital Santa Isabel, em Santa Cecília, região central da cidade. O velório foi marcado para esta terça (15) no cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, das 10h às 14h. O corpo será cremado.

Na "Revista da Folha", Vange foi responsável por uma coluna GLS, de 2001 a 2010. Como ativista dos direitos dos homossexuais, participou dos grupos Lésbico Feminista e Somos.

"Vange foi decisiva no início do festival, mostrou a cara quando ninguém tinha coragem. Nunca precisou sair do armário porque sua sexualidade nunca foi uma questão, era um fato", disse André Fischer, diretor do Festival Mix Brasil.

Atualmente, a artista escrevia sobre cervejas no blog "Lupulinas", no site da "Carta Capital", com a jornalista Cilmara Bedaque, com quem estava casada havia mais de duas décadas. Foi uma das primeiras cantoras brasileiras a assumir sua sexualidade.

No domingo (13), Cilmara alertara os amigos, via Twitter, sobre o problema de saúde da cantora. Nesta segunda, lamentou a morte da companheira. "Ela sonhou que era livre. Do cateter, das agulhas em suas veias, do buraco em seu peito. Eu só pude dizer: você é livre", escreveu.

Vange começou a carreira musical em 1979, na banda Os Camarões, ao lado de Nando Reis, seu primo. Nos 1980, foi vocalista do Nau, com quem gravou disco em 1987.

Nos 1990 lançou os discos solo "Vange" e "Vermelho". Com o primeiro, emplacou "Noite Preta", tema da novela "Vamp" (1991), na Globo.

Em 1992, recebeu o Prêmio Sharp de Música como "cantora revelação de pop/rock".

"Era visceral, muito forte como vocalista. Para mim, no Brasil havia duas cantoras: ela e a Cássia Eller. Fizeram rock de altíssimo nível", disse Luiz Thunderbird, músico e apresentador.

Vange escreveu os livros "Lésbicas", "Grrrls: Garotas Iradas", "As Sereias da Rive Gauche" e "Balada para as Meninas Perdidas".

Fonte: Folha de S.Paulo