De olho no Natal, comércio tem desconto de até 75%

14/11/2014

Os consumidores estão menos dispostos a gastar dinheiro no Natal deste ano. Estudo divulgado ontem pela consultoria Deloitte mostra que a maioria dos entrevistados pretende pagar menos ou o mesmo valor com presentes que no ano passado. Para estimular as vendas, o comércio já começa a apostar em promoções, com descontos de até 75%. Nos shoppings e lojas online é possível encontrar preços reduzidos em roupas, acessórios e artigos para a casa.

 

O maior desconto encontrado, em levantamento feito pelo DIA, foi na loja online da Imaginarium, onde é possível comprar uma capa para notebook com preço 75% menor. A peça passou de R$ 69,90 para R$ 16,90.

 

No Recreio Shopping, a loja de roupas masculinas Limits está com produtos pela metade do preço. O consumidor encontra camisetas por R$ 39,50 e regatas a partir de R$ 35. O Norte Shopping, por sua vez, inicia hoje a campanha de Natal, com decoração das Princesas Disney e da animação Carros. A Redley desse centro comercial oferece promoção progressiva: duas peças têm 10% de desconto, três saem com 20% e, quatro, 30% de abatimento.

 

A loja Tubbo do Pátio Alcântara vende calça jeans com preço reduzido em 54,5%: de R$109,99 por R$49,99. Enquanto no shopping Grande Rio, o sapato peeptoe de oncinha que custava R$ 100 está por R$ 64,99 (-35%) na loja Azzemell.

 

As ofertas vêm em boa hora. Dos clientes consultados pela pesquisa, 46% disseram que pretendem gastar menos este ano e 40% querem atingir a mesma quantia do Natal passado. Em 2013, os percentuais foram de 41% e 38%, respectivamente. A maioria afirmou que pretende usar o dinheiro no fim do ano para quitar dívidas (35%) ou poupar (31%). Os que pretendem gastar com compras são apenas 24%. 

 

O estudo aponta ainda que 43% dos consumidores pretendem antecipar compras para novembro. As pessoas querem adquirir, em média, de seis a sete presentes, com gasto médio de R$ 61, cada. 

 

Consultor de varejo do Grupo AZO, Marco Quintarelli explica que o consumidor está mais cauteloso com os gastos. Em função disso, o comércio investirá pesadamente em promoções até o Natal. 

 

“Não é para ter pressa nas compras, até porque o 13º ainda não saiu. O principal é não se endividar”, aconselha.

 

Segundo o especialista, o ideal é se programar e pagar à vista sempre que possível, pois a possibilidade de negociação é maior. 

 

“Se a pessoa encontrar promoção muito boa e não tiver dinheiro na hora, vale a pena usar o cartão de crédito. Mas é importante fazer sempre a projeção do que vai gastar para não se endividar e arrancar os cabelos no início do ano”, brinca Quintarelli.

 

A professora Andréia Lopes, 36 anos, pretende antecipar suas compras. “Tudo que encontrar em promoção e souber que meus amigos e parentes gostam, vou comprar. Na semana do Natal costuma sair mais caro. Lojas com descontos progressivos têm vantagem comigo”, garante.

 

Ceia de fim de ano planejada mais cedo

Já é possível adquirir os produtos que vão compor a ceia de Natal nos supermercados. No Pão de Açúcar Delivery, por exemplo, os clientes poderão antecipar as compras até o próximo dia 25. São mais de 70 itens, entre bebidas, cestas de Natal e panetones. A entrega pode ser agendada de 1º a 31 de dezembro, e os itens vêm embalados em um modelo de bolsas térmicas criado pelo estilista Ronaldo Fraga.

 

O Walmart, por sua vez, começa a vender amanhã carnes natalinas, como peru, chester, pernil e lombo. No caso das aves, a expectativa de crescimento de vendas é de 10% em relação ao ano passado. Já para os suínos, o crescimento esperado é de 18%. Segundo a rede, do total das vendas, 70% acontecem entre 12 e 20 de dezembro.

 

Dicas para atrair clientes 

Em meio à concorrência, é importante ter um diferencial. Diretor de Planejamento e Criação da Epigram Brand Union, especializada em tendências do consumidor, Marcelo Bicudo dá dicas para ajudar o lojista. 

 

“Quando o consumidor está no corredor do shopping e decide entrar em uma loja, demora de dois a três metros para perceber o que acontece ao seu redor. É fundamental posicionar o produto correto neste espaço”, aconselha.

 

O produto exposto na vitrine deve estar disponível para venda. “Se o cliente é atraído por uma peça e não a encontra, é frustrante”, explica Bicudo.

 

Segundo ele, o consumidor brasileiro tem a tendência de entrar na loja e olhar ou se direcionar para lado direito. Atenção ao posicionamento de produtos.

 

O atendimento também é importante. “Ninguém quer ficar muito tempo esperando na fila do caixa. O varejista deve dispor produtos para vendas por impulso”, avalia o especialista.

 

Fonte: IG