Coleta de sangue leva até três horas no Hospital das Clínicas

12/06/2013

Há duas semanas, o setor de coleta de sangue para exames do Hospital das Clínicas, em São Paulo, opera com parte de sua equipe, segundo funcionários, o que tem provocado atrasos de até três horas e cancelamento de exames.

 

A reportagem da Folha esteve no hospital ontem e anteontem e constatou demora no atendimento, mas o HC nega que tenha havido cancelamentos e atribui a demora a funcionários que faltaram ao serviço.

 

Para realizar o exame de sangue, os pacientes devem ficar em jejum por até 12 horas. Edivânia Bertin, 41, saiu de Pirassununga (interior de São Paulo) para fazer o procedimento, marcado para as 7h. Foi atendida apenas às 10h30, após 15 horas sem comer e beber água. "Faço exame aqui todos os meses há quatro anos. É o primeiro problema que vejo. Me disseram que faltaram atendentes e por isso está assim", conta Edivânia.

 

De acordo com dois funcionários da triagem, parte da equipe está de férias, outra de licença e alguns estão "emprestados".

 

TEMPO ULTRAPASSADO

Na segunda-feira, entre as 7h e 13h, a equipe de 13 coletores de sangue teve de dar conta dos mais de mil exames agendados. A espera chegou a três horas. Alguns pacientes voltaram para casa por terem ultrapassado o limite de 14 horas em jejum.

 

Um funcionário sugeria aos reclamantes que registrassem suas queixas ao hospital. "Só assim a gente consegue ter argumento para pedir reforço no atendimento", diz o funcionário, que pediu para não ser identificado.

 

Na terça, as filas estavam um pouco menores. O tempo médio para atendimento foi de uma hora e meia.

 

DUAS HORAS

Em nota, o Hospital das Clínicas afirmou que "a espera média foi de duas horas [na segunda-feira] porque quatro funcionários faltaram ao serviço, e outros dois estavam em consultas médicas. Assim, o setor operou com 18 de um total de 24 funcionários".

 

O HC afirmou ainda que não houve nenhum cancelamento de exames de sangue nos dois dias e que todos os pacientes com coleta agendada no setor foram atendidos.

 

Além disso, o hospital nega que tenha havido "empréstimo" de funcionários.

 

Fonte: Folha de S. Paulo