SP: reajuste de novos contratos de aluguel cai pela metade

17/06/2013

Os novos contratos de aluguel fechados em maio na capital paulista subiram 7,3% no acumulado de 12 meses, segundo pesquisa do sindicato da habitação (Secovi-SP). O valor é quase a metade do acréscimo de 14,1% registrado em maio de 2012, o que mostra uma acomodação dos reajustes a um patamar mais próximo ao índice que é usado em 90% dos contratos em andamento, o IGP-M, que subiu 6,2% no mesmo período.

 

Na prática, isto significa que os proprietários não estão conseguindo mais exigir um ganho maior com o aluguel no final de um contrato, enquanto locatários podem renovar o aluguel sem desembolsar muito mais. A variação percentual caiu gradualmente ao decorrer de 2012 e até ficou abaixo do IGP-M em março deste ano, quando os contratos correntes tiveram reajuste de 8,1% pelo indicador e os novos subiram apenas 7%.

 

Segundo Mark Turnbull, diretor de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP, a tendência agora é que os dois índices se mantenham próximos. "Antes havia pouco oferta diante de uma classe C que aumentava de renda. A procura era muito forte. O mercado, de um modo geral, vem se adequando a uma nova realidade macro e microeconômica", afirmou.

 

Esta nova realidade passa pelo cenário inflacionário que preocupou o governo federal nos primeiros meses do ano e provocou a alta da taxa básica de juros. Seja dono ou locatário, ambos os lados estão mais dispostos a negociar diante da nova conjuntura. "Se o proprietário tem um locatário que paga em dia, com garantia, pode correr o risco de perder o 'bom' inquilino e ficar com o imóvel vazio por um tempo ou baixar o preço esperado", disse Turnbull.

 

Conforme a pesquisa do Secovi-SP, as moradias vagas que foram alugadas mais rapidamente em maio foram as casas, com prazo médio entre 13 e 32 dias. Já os apartamentos demoraram de 19 a 39 dias. Quando há o interesse de ficar no imóvel por conta da localização, os locatários estão procurando negociar, mas também têm a opção de "migrar" para outras regiões com opções mais baratas, segundo o diretor do sindicato.

 

Alguns tipos de imóvel também são mais procurados e continuam a ter altas maiores. Em maio, as moradias que tiveram maior crescimento de valor foram as de um dormitório, que subiram em média 1,5% em relação a abril. As residências de três quartos tiveram acréscimos de 0,8%, enquanto as de dois dormitórios subiram 0,5%.

 

Investidores

A alta dos juros também fez os imóveis ficarem menos atrativos para investidores, que até então tentavam aproveitar o "boom" do setor imobiliário, que registrou ganhos de 26% em 2011 e 13% no ano passado. "Quanto maiores são a inflação e os juros, os investidores partem para outras áreas financeiras. Quando o mercado cai, concentra mais em imóveis. É preciso ter bom senso para diluir o risco em diversos tipos de investimento. Agora é uma fase muito saudável, sem as mudanças abruptas, que são perigosas. Imóvel não é bolsa de valores", aponta Turnbull.

 

Fonte: Terra