Vale reverte prejuízo e tem lucro de R$ 6,3 bi no 1º trimestre

28/04/2016

A Vale reverteu prejuízo e apresentou um lucro líquido de R$ 6,311 bilhões no primeiro trimestre do ano passado. O lucro é explicado, além da recuperação do preço do minério de ferro do mercado internacional, pela valorização do real em relação ao dólar, o que beneficia a dívida denominada em dólar da mineradora.

 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 7,685 bilhões, crescimento de 66% na relação anual e de 43% na trimestral. A receita operacional líquida, por sua vez, chegou em R$ 22,067 bilhões, aumento de 22% na relação anual, mas recuo de 3% em relação aos três meses imediatamente anteriores. 

 

Ferro. As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale nos três primeiros meses do ano somaram 74,277 milhões de toneladas, aumento de 0,9% em relação ao volume de um ano antes. A China foi destino de 57,8% das vendas de minério de ferro e pelotas da Vale no primeiro trimestre, ante uma fatia de 50,1% no mesmo período do ano anterior. As vendas para a China somaram 42,930 milhões de toneladas, aumento de 16,4% em relação ao primeiro trimestre de 2015.

 

"Espera-se que a demanda de minério de ferro continue forte no segundo trimestre enquanto os estímulos do governo chinês continuem a ter efeito", destaca a companhia no relatório que acompanha o demonstrativo financeiro da mineradora. A Vale cita que apesar da expectativa de aumento da oferta de minério de ferro ao longo de 2016 devido à sazonalidade de retomada de maiores embarques no segundo trimestre, a exaustão maior do que esperada nas minas também deve contribuir com uma parcela importante para o balanceamento do mercado.

 

Ainda no primeiro trimestre do ano os preços do minério de ferro apresentaram recuperação, fato que ajudou no resultado da companhia no período. "O preço maior que o esperado do minério de ferro decorre de melhores indicadores econômicos vindos da China", explica a companhia.

 

O preço CFR referência em base seca de finos de minério de ferro da Vale aumentou em US$ 9,6/t, passando de US$ 45,1 a tonelada no quarto trimestre do ano passado para US$ 54,7 a tonelada no primeiro trimestre deste ano. Já o preço CFR/FOB  de finos de minério de ferro da Vale  aumentou em US$ 9,3 a tonelada passando de US$ 37,2 a tonelada no quarto trimestre do ano passado para US$ 46,5 a tonelada no primeiro trimestre deste ano.

 

A Vale destacou que no intervalo analisado as vendas foram distribuídas em três sistemas de precificação. Do total, 48% baseadas nos preços trimestrais, mensais e diários correntes, incluindo as vendas a preços provisórios que foram liquidadas dentro do trimestre; outros 43% baseadas em preços provisórios com liquidação pelo preço de mercado definido no momento da entrega e 9% com o preço passado, ou seja, com um trimestre defasado.

 

Recuperação. O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, afirmou em vídeo disponibilizado no site da companhia que a mineradora entra no segundo trimestre com bastante otimismo, visto que o período ainda é de recuperação de preços.

 

"Mas não iremos baixar a guarda e continuaremos trabalhando para aumentar sua competitividade, concluir o nosso principal projeto, o S11D, e, portanto, reduzir a nossa dívida e voltar a pagar dividendos generosos aos nossos acionistas", destacou o executivo.

 

Custo. O custo dos produtos vendidos (CPV) da Vale no primeiro trimestre do ano chegou em US$ 4,249 bilhões, recuo de 17,78% em relação ao anotado no mesmo trimestre do ano passado. Ante o trimestre imediatamente anterior, houve um recuo de 17%.

 

A companhia destacou, no documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro, que a queda do CPV é explicada pelos menores volumes de vendas, iniciativas de redução de custos em todos os negócios e variações cambiais.

 

Já as despesas totais da Vale no primeiro trimestre do ano caíram 40,6% na relação anual, para US$ 460 milhões no primeiro trimestre deste ano. As despesas administrativas, por exemplo, foram para US$ 107 milhões no primeiro trimestre, recuo de 37% em relação ao visto no mesmo período do ano passado.

 

Fonte: Estadão