Seca e crise minam a confiança de consumidor

05/05/2017


A crise econômica combinada com a seca prolongada derrubaram a confiança do brasileiro que vive na região Nordeste. O Índice de Nacional de Confiança (INC) do consumidor nordestino atingiu no mês passado 48 pontos, aponta a pesquisa feita pelo Instituto Ipsos para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). 

 

Foi o pior resultado mensal para a região, desde que a pesquisa começou a ser feita em 2005. O indicador varia de zero a 200 pontos. Abaixo de 100 pontos indica pessimismo e acima de 100 pontos, otimismo.

 

Das cinco regiões acompanhadas pelo instituto, a região Nordeste registrou o nível mais baixo de confiança e apenas na região Centro-Oeste a confiança cresceu em abril, sustentada pelo bom desempenho do agronegócio.

 

Na avaliação do economista da ACSP, Emílio Alfieri, o péssimo desempenho do Nordeste pesou no fraco resultado do INC nacional. Pelo quarto mês seguido, o indicador recuou e fechou abril em 66 pontos, ante 71 pontos de março e praticamente no mesmo nível de um ano atrás (64 pontos). 

 

“As denúncias generalizadas abalaram a confiança do consumidor e a impressão que ficou é de que ninguém presta”, observa o economista. 

Ele ressalta que os indicadores nacionais mostram que os entrevistados estão mais inseguros em relação ao emprego (59% em abril ante 56% em março) e a parcela daqueles que consideram ruim a sua situação financeira atual ainda é elevada: 57%. 

 

Nesse cenário pessimista, 27% acreditam a sua situação financeira pessoal deve piorar nos próximos meses.

 

Diante da piora do índice de confiança, apurado a partir de 1.200 entrevistas feitas em todo o País na primeira quinzena de abril com brasileiros de todas as classes sociais, a ACSP decidiu reavaliar as projeções para o desempenho varejo restrito, que não inclui as vendas de veículos e materiais de construção.

 

Alfieri diz que a perspectiva era de estabilidade em relação a 2016, quando as vendas caíram 6,2%. Agora, no entanto, a entidade projeta  um recuo entre 1,3% a 1,4%. Se a projeção se confirma, será o terceiro ano seguido do varejo no vermelho.

 

Fonte: Estadão