Sindicato protesta contra Econ que demite e não paga

05/02/2014


Sem diálogo, o supermercado demitiu 170 comerciários em janeiro e mandou os mesmos buscarem seus direitos na Justiça.

 

Trabalhadores demitidos pelo Econ foram às ruas e participaram da passeata promovida pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo na manhã de quarta-feira (05/02).
 
A ação teve início em uma das lojas da Rede, na Rua Martins Fontes, passou por outras unidades da empresa e encerrou na Rua Duque de Caxias, onde ficam uma loja e a sede administrativa do Econ.

 

 

 

 

 

 

Entre várias irregularidades cometidas pelo supermercado, destacam-se o não pagamento das verbas rescisórias, não pagamento de férias, 13º salário, liberação do FGTS + multa, guia do seguro-desemprego etc.
 
Os comerciários que ainda estão empregados no Econ se solidarizaram aos trabalhadores demitidos, prevendo que seu destino poderá ser o mesmo dos colegas.
 
“Nós ainda estamos na empresa e não passaram nada pra gente, mas já tem direitos não sendo cumpridos. O vale-transporte, por exemplo, não caiu, assim como a cesta básica e o vale-refeição. Estamos esperando um posicionamento. Não sabemos o que fazer: se procuramos nossos direitos ou outro emprego. A coisa está feia e, pelo jeito, nada vai melhorar”, disse Rivania Vieira, operadora da loja.
 
O encarregado Anderson Araújo e o fiscal José Joaquim da Cruz ficaram indignados quando receberam, por meio do Recursos Humanos da empresa, a notícia de que estavam demitidos.
 
“Fiz o exame médico e, quando retornei ao RH, me disseram que era para procurar os meus direitos. Foi como se tivessem me jogado um balde de água fria. Fiquei paralisado”, disse Anderson.

 

“Se falassem para mim que não iriam pagar meus direitos, nem o exame médico eu teria feito. As dívidas não esperam, tenho um empréstimo no banco e agora não sei como vou pagar”, desabafou, em tom de revolta, José Joaquim.

 

 

 

 

Já Maria das Graças da Silva e Paloma Miranda, também demitidas, falaram das suas dificuldades após a perda do emprego, pois são responsáveis pelo sustento de suas casas.
 
“Tenho filho pequeno, preciso comprar alimento, roupa, material escolar e ainda não sei o que vou fazer. Somos só meu filho e eu. Agora, sem renda, fica difícil. Vou até o fim nessa luta”, disse Maria das Graças.

 

“Estou sem trabalho e sem dinheiro. Quando você é demitido e recebe o que tem direito, dá para manter pelo menos até o momento em que consegue outro trabalho, mas, quando você não recebe nada, fica difícil”, falou Paloma.

 

Selma de Souza, mãe de uma menina de 7 anos, também foi demitida no mês passado e, sem ajuda familiar, está vivendo com o restante do dinheiro que tinha na poupança. A comerciária declara que se dedicava para manter seu emprego. “As dívidas estão chegando, tudo atrasado e nada de dinheiro. Eu era do açougue, mas realizava outras funções e tinha que ir para outras lojas. Agora, depois de demitida, retornei à empresa e os seguranças não me deixaram entrar.”

 

 

 

 

Michele Lima dos Santos, demitida e sensibilizada com a situação dos colegas que não têm outra fonte de renda nem ajuda familiar, foi uma das responsáveis por movimentar os trabalhadores no Facebook. “Muitos falam comigo todos os dias e dizem que estão passando por dificuldades e que, às vezes, não têm nem o que comer. Acho uma injustiça, porque todos nós já trabalhamos em condições precárias no Econ, com fome, dobrando jornada e, às vezes, tínhamos que dar apoio em outra loja. Eram condições desumanas, precárias, sem água, sem copo, sem higiene e sem fiscalização sanitária. Isso me motiva a brigar até o fim.”

 

 

 

 
 
“Uma empresa que é responsável e cumpre os direitos dos trabalhadores não se esconde atrás de segurança. O Econ não pode ser respeitado. Estamos na luta e vamos até o fim em busca dos direitos dos 170 comerciários demitidos. O Sindicato também está atento aos 500 trabalhadores que continuam na empresa e que a qualquer momento podem ficar na mesma situação”, diz Josimar Andrade, diretor do Sindicato.

 

O departamento jurídico do Sindicato está orientando os comerciários a comparecerem na entidade para entrar com processo na defesa dos seus direitos.

 

 

Mais informações: 2111-1818 ou email: denuncia@comerciarios.org.br