PM entra em confronto com grevistas na USP

20/08/2014

Policiais Militares entraram em confronto com grevistas que impedem a entrada no portão 1 da USP, na manhã desta quarta-feira.

 

Os grevistas montaram barricadas na avenida Alvarenga e jogaram objetos contra a polícia enquanto homens da Tropa de Choque avançam em direção aos manifestantes atirando bombas de efeito moral e balas de borracha.

 

Os manifestantes invadiram a avenida Vital Brasil e os policiais seguiram atirando bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar. Pessoas que não participaram do protesto passaram mal com os olhos lacrimejando devido as bombas jogadas pela polícia.

 

A estação Butantã da linha 4-amarela chegou a fechar. De acordo com a assessoria de imprensa da concessionária ViaQuatro, manifestantes tentaram invadir o espaço por volta das 7h. Para preservar o local, a empresa responsável pela estação trancou os portões de acesso por cerca de 30 minutos.

 

Segundo a Guarda Universitária, policiais militares liberaram os portões 2 e 3 da universidade às 5h40. Lideranças da greve chegaram a anunciar em alto-falante que houve um confronto entre policiais militares e grevistas nos portões 2 e 3. A Polícia Militar e a Guarda Universitária não confirmam a informação.

 

Os grevistas fecharam os portões das oito entradas para pedestres e os três portões do campus, por volta das 4h30. Eles disseram que os portões da universidade ficariam fechados até às 20h30.

 

O portão que dá acesso ao HU (Hospital Universitário) ficou aberto apenas para entrada e saída de ambulâncias.

 

Uma manifestação desse tipo já foi realizada no último dia 7, quando os carros e pedestres foram impedidos de entrar na unidade das 5h até por volta das 11h. Funcionários alunos ou funcionários que precisavam entrar no campus tiveram que pular os portões. As aulas também foram prejudicadas.

 

PROTESTO

O protesto acontece por conta da proposta da reitoria de não conceder reajuste salarial à categoria, o que motivou a greve iniciada no final de maio. Há duas semanas, os funcionários intensificaram as ações de protesto por conta do corte de salário. A reitoria tem sofrido piquetes desde então.

 

O sindicato da categoria divulgou em seu boletim e em seu site um chamado para que todos os funcionários que puderem optem por dormir no Sintusp e no acampamento da reitoria antes do "trancaço" previsto para esta quarta.

 

O reitor da USP, Marco Antonio Zago, afirmou na semana passada que uma das principais causas da atual crise financeira da escola foi um "erro de gestão" que "inflou" a quantidade de funcionários não docentes em vez de priorizar os que dão as aulas.

 

Desde 2013, os gastos com folha de pagamento superam a totalidade do orçamento da universidade, que deve receber R$ 5 bilhões do Estado em 2014. Assim, a instituição tem sido obrigada a usar reservas.

 

Fonte: Folha de S.Paulo