Copom vê como apropriado mais um corte na taxa de juros

11/04/2018

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, apresentou nesta terça-feira, 10, à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado as conclusões da autoridade monetária que constavam no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

 

No mês passado, o colegiado reduziu a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 6,5% ao ano, o piso histórico da taxa básica de juros. Goldfajn lembrou que o Copom sinalizou uma flexibilização monetária moderada adicional na próxima reunião, o que  serviria para mitigar o risco de a inflação não convergir à meta perseguida pelo BC, de 4,5% com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%). Atualmente, a inflação medida pelo IPCA está em 0,70% no acumulado de 2018 até março. 

 

“Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar à interrupção do processo de flexibilização monetária, no caso dessa mitigação se mostrar desnecessária”, ponderou o presidente do BC.

 

Para reuniões além da próxima, ele citou que o Copom sinalizou como adequada uma interrupção dos cortes na Selic, para que o BC possa avaliar os próximos passos da política monetária. “O processo atual de flexibilização tende a estimular a economia”, completou.

 

Ele disse aos senadores que as projeções do Copom corroboram a expectativa de convergência da inflação para a meta. “A inflação projetada para 2018 e próximos anos está sob controle”, enfatizou, ao citar que o cenário de mercado considerado pelo BC no último RTI aponta para o IPCA em 3,8% em 2018, 4,1% em 2019 e 4,0% em 2010.

 

“No ambiente doméstico, ressalto a conjunção de três fenômenos positivos que têm caracterizado a evolução de nossa economia desde o ano passado: a redução da inflação; a queda das taxas de juros; e a recuperação da economia”, afirmou, lembrando a projeção de mercado de alta do PIB em 2,8% em 2018 e 3,0% em 2019.

 

Já em relação à economia internacional, ele repetiu que o cenário externo tem se mostrado ainda favorável, na medida em que a atividade econômica cresce globalmente. “Apesar de o cenário internacional encontrar-se ainda benigno, não podemos contar com essa situação perpetuamente. O Brasil tem amortecedores robustos e, por isso, está menos vulnerável a choques internos ou externos”, garantiu.

 

Goldfajn citou o estoque de reservas internacionais e um menor volume de swaps cambiais, que funcionariam como um seguro em momentos turbulentos do mercado. “Com isso, o BC dispõe de mais espaço para combater eventuais choques”, completou.

 

Fonte: Estadão